quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Descalça...



Tiro os sapatos
e descalça piso o chão,
passeio-me
por entre a areia
que o sol entrecruza
e sinto
que só descalça me sinto bem!
Descalça
não tenho nada,
descalça parto
e não olho para trás...
porque tenho o que é meu
e um chão para caminhar...


Pág. 16 de Mares d'Alma

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Quando eu partir...



Quando eu partir
não chores
não poderei limpar-te
as lágrimas...
e o som produzido por elas
não será a música
que quero ouvir
toca uma balada
para mim
ficarei a escuta-la,
a escuta-la...

Não me ofereças flores
não poderei sentir o seu perfume
nem te vistas de negro
escolhe o branco
para me tranquilizares
faz tudo o que te peço
e por favor
não me lances á terra
lança-me ao mar
porque aí quero renascer.


Pág. 38

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terça-feira, 22 de junho de 2010

Passos lentos...

Passos lentos

de uma dança

que fico dançando,

no deambular sereno da minha inquietude,

turbilhão que me invade.

E danço

sei que virás

resgatar o meu temor,

e deixo a fogueira arder,

arder até se gastar sem pressa...

Enquanto marco a passos lentos

o ritmo inquietante

de ser

de estar,

ausência que se anuncia

presença que se sente,

e fico

Entregue aos passos

de uma dança,

descalça na areia molhada

quando o sol se foi

e a noite beijou o mar...


Pág. 33

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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Mendiga

Sou mendiga de mim

e vagueio, vagueio

até ao fundo

de mim...

às vezes mergulho no mar

e mendigo-lhe

a água

que não posso beber...

E vagueio,

vagueio

nas bermas

da minha vida

durmo no chão

do meu pensamento

e acordo no alto

da minha alma...

e vagueio

e mendigo...

Vagueio

à procura de mim

E perco-me

e encontro-me em mim...

Pág. 14

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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Elos que se unem...

Foto - J.Pio


Acorrentada nos estribos
secretos de mim própria,
na pequenez ínfima
que me dizima
não sou nada.
Despida de mim
entregue
à imensidão apenas
de ser,de sentires ignóbeis,
primários,
Onde os artefactos
pouco importam...
Percorro os caminhosda minha alma
e neles encontro
os elos que me ligam
que se ligam
e me fazem emergir
e sustentar o mundo
na palma da minha mão,
quando as correntes
se desprendeme caem por terra
desamparadas...
enquantoos elos se unem!

In - Mares d'Alma - Pág.52

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Mares d'Alma chegou a África!

Foto - J.Vieira

Ao fim de uma longa viagem,
dois meses e meio,
Mares d'Alma chegou a Àfrica,
Sul do Sudão, Juba!

Ei-lo!
Ao fundo Rejaf, de dia,
a paisagem que lhe serviu de capa!

Foto J.Vieira

E... Mares d'Alma,

nas mãos da Sandra,

uma nova amiga

que tenho por aquelas paragens!

Sobre Mares d'Alma a Sandra dizia:

"...gosto muito dos seus poemas.

Estou lendo devagar

aqueles que estao no Mares d'Alma.

Quase todos me fazem calar dentro do coracao.

Obrigada. (...)"

Obrigado eu!!

Por vós - Sandra e Zé!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Hoje, só hoje...

Pintura de Luis Velasquez
Separador dos poemas do eu introspectivo

Hoje quero estar em mim
e para mim
na linha ténue
de um desejo,
ergo-me
e agito-me
grito e
calo o mundo!
Quero ouvir-me
paro o sol
e vejo a noite
que hoje
e só hoje
é minha...
Fico no fundo de mim
fl utuando
no momento quieto
em que um frémito
me invade
e sinto o estilhaçar
de um desejo
longínquo
e oiço
parada
silenciada
as vozes que se calam
para ouvir
a tua voz...

Pág.21 de Mares d'Alma
**
Este foi o meu primeiro poema
a ser conhecido pelo público,
declamado por Rui Rodrigues,
apresentador de Mares d'Alma!