quinta-feira, 23 de abril de 2009

Elos que se unem...

Foto - J.Pio


Acorrentada nos estribos
secretos de mim própria,
na pequenez ínfima
que me dizima
não sou nada.
Despida de mim
entregue
à imensidão apenas
de ser,de sentires ignóbeis,
primários,
Onde os artefactos
pouco importam...
Percorro os caminhosda minha alma
e neles encontro
os elos que me ligam
que se ligam
e me fazem emergir
e sustentar o mundo
na palma da minha mão,
quando as correntes
se desprendeme caem por terra
desamparadas...
enquantoos elos se unem!

In - Mares d'Alma - Pág.52

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Mares d'Alma chegou a África!

Foto - J.Vieira

Ao fim de uma longa viagem,
dois meses e meio,
Mares d'Alma chegou a Àfrica,
Sul do Sudão, Juba!

Ei-lo!
Ao fundo Rejaf, de dia,
a paisagem que lhe serviu de capa!

Foto J.Vieira

E... Mares d'Alma,

nas mãos da Sandra,

uma nova amiga

que tenho por aquelas paragens!

Sobre Mares d'Alma a Sandra dizia:

"...gosto muito dos seus poemas.

Estou lendo devagar

aqueles que estao no Mares d'Alma.

Quase todos me fazem calar dentro do coracao.

Obrigada. (...)"

Obrigado eu!!

Por vós - Sandra e Zé!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Hoje, só hoje...

Pintura de Luis Velasquez
Separador dos poemas do eu introspectivo

Hoje quero estar em mim
e para mim
na linha ténue
de um desejo,
ergo-me
e agito-me
grito e
calo o mundo!
Quero ouvir-me
paro o sol
e vejo a noite
que hoje
e só hoje
é minha...
Fico no fundo de mim
fl utuando
no momento quieto
em que um frémito
me invade
e sinto o estilhaçar
de um desejo
longínquo
e oiço
parada
silenciada
as vozes que se calam
para ouvir
a tua voz...

Pág.21 de Mares d'Alma
**
Este foi o meu primeiro poema
a ser conhecido pelo público,
declamado por Rui Rodrigues,
apresentador de Mares d'Alma!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Uma partilha...

Mares d'Alma,onde a alma se perde e reencontra. Em cada verso apetece o silêncio que capta muito mais do que está escrito porque a alma se identifica e quer lá ficar a "remoer", a aprofundar. Este é um daqueles livros que "prendem". Foi a primeira sensação que tive quando comecei a lê-lo, já não o queria "largar"... É realmente um mar, de sentimentos, de emoções, de palavras, em que cada um encontra o seu lugar e quer continuar a navegar. Um dos poemas que mais gostei: Tesouro. Porque os nadas são tão importantes, a vida é feita de pequenos nadas e porque "Só o amor tem a felicidade do amor."

Obrigada GIGANTONE por esta partilha tão fantástica do teu ser.
Que a Graça e a Paz de Deus te acompanhem sempre!!!

Um grandioso abraço amigo,
Sandra
Obrigado, eu por ti, Sandra!

sábado, 10 de janeiro de 2009

O Epílogo de Mares d'Alma

Por Rui Rodrigues


Mares d’Alma retrata-nos a vida, sentimentos e doação de alguém que nos lançou mar dentro na sua vida. A autora, Elsa Sequeira, nascida e criada no interior do país, Alentejo e Beira-Baixa, leva-nos a mergulhar por meio dos seus poemas num mar imenso. Dizemos que gostamos de ler certo autor, porque muitas vezes nos revemos nos seus escritos. Penso que com “Mares d’Alma” acontecerá o mesmo com aquele leitor que se deixar envolver por ele. Neste livro, a imaginação não tem limites! A autora, apesar de não escrever nenhum dos seus poemas à beira-mar, se fecharmos os olhos, deparamo-nos, no local onde a autora nos quer reportar e onde cada um pode rever a sua vida e certos acontecimentos marcantes da história contemporânea. Esta é a sua obra-prima literária e com ela a vontade de nos convidar a entrar em sua casa. Não nos fala ao acaso, mas de vida real e por meio da escrita, notar como a vida é semelhante em tantas situações. Muitas analogias podem andar em redor do mar, e eu vou pegar em mais uma, como o remexer e o trazer à superfície. Todas as manhãs ou marés, o mar traz para terra algo novo, algo perdido ou deitado fora. Assim aconteceu com esta obra. Um tesouro escondido pelo tempo que se tornou manifesto. Algo que de certo a autora contava não possuir, ou que se deitou fora, mas o mar e o tempo veio tornar descoberto. Os acontecimentos da vida, que nos vão marcando, por vezes tendem a ser esquecidos. Este livro dá-nos o testemunho precisamente, de alguém que não esquece o seu passado, que o enquadra no seu presente e que ajuda a projectar o seu futuro. Como o mar pode desfigurar uma costa pela sua força e erosão, eu penso, que o leitor se deixará moldar pela imensidão que estes poemas lhe transmitiram. Que este livro ajude muita gente a perceber que a vida não é só mar revolto, mas também bonança e que mesmo em dia de bravura ele se apresenta sempre novo e sempre belo.

Rui Rodrigues, Padre – Diocese Portalegre Castelo Branco -